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Le charqueador et le bagnard.
29 août 2019

PAULO FREDERICO AUGUSTO BAETHGEN

 

 

 

 

 

                                                                               Paulo Frederico Augusto BAETHGEN

                

                                                                                                      Grand oncle par alliance

 

 

 https://photos.app.goo.gl/YHmAqXbxvAWsMsU97


 

         

  1. PAULO FREDERICO AUGUSTO BAETHGEN (Grand-oncle par alliance de DOMINIQUE) est né de GEORG GERHARD BAETHGEN et d'ANNA HEDEWIG SUSANNE LUDTKENS. PAULO était Vice consul à Rio Grande ; puis Consul de Belgique, en 1882, à Desterro, Santa Catarina, Brésil. Il est décédé le 26 mai 1886 à Pelotas, RGS.
    Note : 
    O PERFIL DO COMÉRCIO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO NA CIDADE DO RIO GRANDE EM 1911LUIZ

    HENRIQUE TORRES*RESUMOA participação econômica dos empresários ligados ao comércio de exportação e importação é fundamental para se entender a história da cidade do Rio Grande. Este artigo faz um recorte no livro Impressões do Brasil no século XX, obra que busca caracterizar esse segmento empresarial num mundo burguês em expansão.PALAVRAS-CHAVE: comércio de exportação e importação; cidade do Rio Grande; década de 1910.No período entre 1900 e 1920, a população da cidade do Rio Grande teve significativo aumento: passou de 29.000 para 50.000 habitantes, o maior crescimento populacional que a cidade já teve ao longo de vinte anos. A localidade virou um centro de atração para milhares de pessoas que buscavam empregos, especialmente da metade sul do Rio Grande do Sul. Foi o período da Companhia Francesa, criada em 1908, responsável pela construção do Porto Novo e dos Molhes da Barra, obras que geraram milhares de empregos. Rio Grande adentra o século 20 com um parque

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industrial invejável para a época, baseado em indústrias de grande porte voltadas ao mercado do centro do Brasil, nos setores têxtil, de conservas, enlatados e fumos. É o caso da Rheingantz, a primeira grande indústria gaúcha, surgida em 1873; a Ítalo-Brasileira, indústria têxtil, de 1896; a Leal Santos, de conservas e enlatados, de 1889; a fábrica de charutos Poock, de 1891. No ano de 1918, se agregaria a esse parque industrial o frigorífico Swift, projetado para empregar 2.000 trabalhadores.Ressalte-se que eram precárias as condições de vida de grande parte da população, especialmente a operária. As doenças infecto- contagiosas como varíola e peste bubônica faziam parte do cotidiano. A mortalidade infantil até um ano de idade era de aproximadamente 50%. A maior causa de morte entre a população adulta eram as doenças respiratórias, em especial a tuberculose. Portanto, o rápido crescimento urbano não representou qualidade de vida para grande parte daBiblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.163população que promovia a expansão da cidade e a ocupação da antiga área extramuros, a atual Cidade Nova.Além da indústria, um setor econômico de grande importância para o desenvolvimento da cidade e também para a captação de mão- de-obra eram as empresas comerciais voltadas à exportação e importação. Desde o século 19 intensificou-se a presença de casas comerciais que trabalhavam com a exportação de artigos derivados da pecuária, especialmente o charque. O atual Porto Velho do Rio Grande era o cenário por onde circulava parte considerável da produção e da riqueza oriunda da economia rio-grandense. O comércio se concentrou na Rua da Praia (atual Marechal Floriano) e, após 1826, com a abertura da Rua Nova das Flores (atual Riachuelo), junto ao porto se concentraria grande parte das casas comerciais. Empresas inglesas, alemãs, italianas, francesas e portuguesas fundam filiais na localidade. O aformoseamento dessas áreas com a construção de casarios e sobrados definiu no século 19 e 20 o perfil de representativa parte das edificações que até hoje se busca preservar ou restaurar. Como exemplos podemos citar o sobrado dos azulejos de 1862, que pertenceu a um comerciante da cidade; o casarão do Rasgado, comerciante de charque vindo do Rio de Janeiro (atual prédio da Prefeitura Municipal); o casarão do barão de São José do Norte, importante comerciante da cidade. Quase todos os prédios das ruas Riachuelo, Marechal Floriano, General Bacelar ou Coronel Sampaio, que remetem ao século 19 ou primórdios do 20, pertenceram a comerciantes ligados ao comércio de exportação e importação.Qual o perfil básico desses comerciantes? Algumas pistas podem ser buscadas nos dados levantados no livro Impressões do Brasil no século vinte: sua história, seu povo, comércio, indústrias e recursos. Londres: Lloyds Greater Britain Publishing Company Ltd., 1913, p. 853- 859, publicação que esboça o perfil da atividade econômica no Brasil. A direção da obra é de Reginald Lloyd e nela se destaca a valorização do capitalismo e dos hábitos burgueses. Os dados levantados sobre a cidade do Rio Grande referem-se a 1911. Nesse sentido, os aspectos mais enfatizados nas atividades econômicas já demonstram uma posição de justificativa do comportamento esperado por essa classe social. A trajetória de pessoas que trouxeram experiência da Europa e se radicaram em Rio Grande e a diversidade de produtos exportados e importados pelo porto local propicia um panorama de um período em que os investimentos na própria cidade com moradias destes comerciantes e aformoseamento de espaços públicos eram mais acentuados que no presente. A própria valorização do pertencimento a clubes evidencia a busca da construção de uma identidade de classe164Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.social e de inserção no local. Na era da construção de plataformas de petróleo (até o momento a experiência oriunda da P-53) em que a mão- de-obra está de passagem e a circulação financeira acaba buscando outros portos para aplicação, as experiências de quase cem anos atrás, nos trazem um perfil diferenciado na relação entre o desenvolvimento econômico e a cidade.Neste artigo introdutório são reproduzidas as partes do livro que tratam da atuação desses comerciantes na cidade do Rio Grande. Destacam-se informações sobre nacionalidade, formação profissional, adesão a clubes, localização da casa comercial, produtos comercializados e quais os principais portos da Europa ou Estados Unidos envolvidos nos negócios. A obra traz uma amostragem consistente do período, porém não esgotou todas as empresas existentes na cidade, o que exigiria uma pesquisa mais ampla.AS EMPRESASFraeb & Cia. Esta casa foi fundada em 1829 pela firma H. Fraeb, mais tarde Fraeb, Neickele & Cia., que em 1910 se tornou Fraeb & Cia. O seu movimento anual vai a Rs.25.000:000$000. Esta firma faz um largo comércio de importação e exportação. As suas importações provêm da Alemanha, Inglaterra e outros pontos da Europa, por intermédio da sua casa de Hamburgo, e também diretamente da Argentina. Os artigos importados da Europa consistem em fazendas, secos e molhados, arame farpado, cimento, etc. A firma exporta, em enormes quantidades, couros secos e salgados, lã, crinas, chifres, carne seca, sebo, etc., para vários pontos do Brasil e Argentina. A casa é agente da Royal Insurance Co.; do Banco Transatlântico, Rio de Janeiro; do Banco Alemão, Berlim; da Machine Cottons Co., Glasgow. O Sr. Charles Fraeb, chefe da firma, nasceu em 1865, em Porto Alegre, e foi educado na Alemanha, onde fez o seu tirocínio comercial durante seis anos. Em 1890 voltou ao Rio Grande e entrou para a firma como sócio em 1900. A sede da firma é no Rio Grande, onde reside também o Sr. Fraeb, que é possuidor da Comenda da Águia Vermelha da Prússia e tem desempenhado por várias vezes as funções de cônsul da Alemanha, bem como da Áustria-Hungria, não só no Rio Grande como também em Porto Alegre. É um dos membros mais influentes da colônia alemã e do Clube Germânia, do qual tem sido presidente por vários anos. Desde 1910, são sócios da firma também os Srs. Christiano Nygaard e Hermann Meissner, ambos de nacionalidade alemã. Este último é o atual presidente do Clube Germânia e foi recentemente nomeado vice-cônsul da Áustria-Hungria.Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.165Corrêa Leite & Cia. A casa Corrêa Leite & Cia., considerada uma das maiores casas de importação e exportação do Rio Grande, foi fundada em 1895. Faz larga importação da Europa, Estados Unidos, Uruguai, Argentina e de vários portos brasileiros, e negocia muitas espécies de artigos, tais como açúcar, arroz, sal, café, farinhas, querosene, arame farpado, ferragens, tintas e uma infinidade de miudezas. As suas exportações consistem em carne seca e alguns outros produtos de menor importância. A firma vende para diversos pontos do Brasil e para isso mantém quatro empregados viajantes em constante serviço. A casa tem uma sucursal em Pelotas e uma importante agência em Porto Alegre. O seu capital registrado é de Rs.600:000$000 e o seu movimento anual vai a Rs.2.000:000$000. Os sócios da firma são diretores da Empresa de Navegação Sul Rio Grandense e agentes da Companhia de Seguros Eqüitativa. São estes sócios a viúva Corrêa

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Leite, comanditária; Srs. Dr. A. da Costa Corrêa Leite e José Lourenço Tricate, solidários; e Srs. Manoel Pereira Braga e Lucrecio de Oliveira Leite, interessados. (...) O Sr. Lucrecio de Oliveira Leite nasceu em Portugal, em 1879, e veio para o Brasil em 1880, criando-se, assim, neste país, onde também fez a sua aprendizagem comercial. Trabalhou em diversas casas do Rio Grande. Em 1907 associou-se com o Sr. Braga e, mais tarde, entraram ambos para a firma atual. Desempenha as funções de vice-cônsul de Portugal e faz parte dos principais clubes da cidade.C. Albrecht & Cia. Esta importante firma, fundada em 1896, é sucessora de H. Kellenburg & Cia, casa estabelecida em 1857, na cidade de Rio Grande. Negocia em fazendas de toda sorte, botões etc., importando principalmente da Europa, mas também dos Estados Unidos; faz as suas vendas por todo o Estado, para o que mantém quatro viajantes, percorrendo as diversas zonas. A casa vende também produtos das manufaturas locais. São sócios da firmas os Srs. Carlos Albrecht Sênior e seus filhos, Srs. Franz Albrecht e Carlos Albrecht Júnior. A casa tem o capital de Rs.500:000$000 e faz anualmente um movimento de Rs.900:000$000. O Sr. C. Albrecht Sênior, que se ocupa com a gerência da casa, nasceu em 1852 e foi educado em Hamburgo, onde também praticou o comércio durante três anos. Veio para o Rio Grande em 1871 e entrou para a casa antecessora, de que, mais tarde, se tornou sócio; finalmente, comprou o negócio, que gira hoje sob a sua firma. Seus filhos Franz e Carlos, hoje seus sócios, nasceram no Rio Grande do Sul, mas foram educados na Alemanha e praticaram o comércio, não só em Hamburgo, como também em Manchester durante três anos. Fazem parte da firma desde a sua volta ao Rio Grande.166José da Silva Fresteiro & Cia. Esta importante firma da cidade Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.do Rio Grande foi fundada em 1878, para o comércio de importação, exportação e bem assim negócios em comissão e consignação. As importações consistem em secos e molhados, provenientes da Argentina e América do Norte, e também da Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Portugal e outros países da Europa. As exportações constam de couros, peles e buchos para a Europa e produtos do Estado para todos os Estados do Norte do Brasil. A casa tem um capital de Rs.1.500:000$000 a Rs2.000:000$000. Traz três viajantes percorrendo as zonas do interior do Estado. A firma tem depósitos à margem do rio e um palhabote para o transporte de cargas. Os membros da firma são o Sr. José da Silva Fresteiro e dois interessados, os Srs. Alberto Silva e Álvaro F. Braga. O Sr. José da Silva Fresteiro nasceu em 1858, em Portugal, onde foi educado. Veio com 16 anos de idade para Rio Grande, e aqui fez o seu tirocínio comercial. Foi empregado em várias casas comerciais até 1878, ano em que, como foi dito, fundou a presente firma. Foi presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência e é membro dos principais clubes locais, nos quais tem desempenhado diversos cargos da Diretoria. No antigo consulado português, faz sempre parte do corpo de Conselheiros, e ainda hoje é um dos vultos proeminentes da colônia portuguesa da cidade do Rio Grande. Na fotografia a casa comercial de C. Albrecht & Cia., na rua Marechal Floriano.Thomsen & Cia. A firma Thomsen & Cia foi estabelecida há dez anos na cidade do Rio Grande, pelo falecido Barão Albert Thomsen. Esta importante casa faz grande comércio de importação e exportação. Recebe mercadorias dos Estados Unidos da América do Norte, tais como máquinas para trabalhar o ferro, máquinas para a lavoura, querosene, óleos lubrificantes; terebintina da América do Norte e do Paraná; sal em larga escala para os saladeiros; grande variedade de produtos da Espanha, Alemanha e Inglaterra, e vende as suas mercadorias pelo porto do Estado do Rio Grande do Sul. As suas exportações constam de couros secos e salgados, ossos, cinzas, chifres, peles, lã e uma pequena porcentagem de tabaco. A sua exportação de lã atinge 1.000 toneladas anualmente, além do suprimento à indústria local, e da que é enviada para o Uruguai. A firma tem agências em Porto Alegre, Pelotas, Bagé e Santa Maria. Representam também a Vacuum Oil Co. e a North British & Mercantile Insurance Co. Esta casa é uma sucursal da importante firma de New York, Thomsen & Cia, e faz todas as suas compras na América do Norte. Os sócios, tanto em Nova York como no Rio Grande, são Srs. Hugo A. Thomsen, de Nova York; H. J. Riedel e Gustav Feddersen. A casa, no Rio Grande, faz um movimento de Rs.5.000:000$000Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.167anualmente. Tem a seu cargo os interesses da firma no Brasil o Sr. G.C. Feddersen, filho mais velho do sócio da casa Sr. Gustav Feddersen. Nasceu no Rio Grande em 1884 e foi educado na Alemanha, onde também praticou o comércio durante três anos. Residiu em França durante um ano e esteve no México como gerente comercial da Silver Lead Mining Co. por sete anos. Veio para o Rio Grande em 1910, para se familiarizar nos negócios da firma. Por morte do gerente da casa, foi promovido ao seu atual posto em maio de 1911. É membro do Clube do Comércio de Pelotas, secretário do Clube Germânia e faz parte de várias outras sociedades. É grande amador do esporte.Otero, Gomes & Cia. Esta importante firma foi fundada em 1867, no Rio Grande, e tem agora a sua casa matriz em Porto Alegre e duas sucursais, uma em Pelotas e outra no Rio Grande. Os Srs. Otero, Gomes & Cia, são grandes importadores e exportadores, podendo dizer que a firma é uma das mais importantes do país. Entre outros muitos artigos em que negocia a firma, figuram: papel, folha-de-flandres, vermouth, vinhos, cimento, querosene, gasolina, terebintina, breu, arroz, carbureto de cálcio, arames, chapas de ferro galvanizado, sal, óleos lubrificantes, farinhas de trigo argentina e americana, barrilha, soda cáustica etc.; e açúcar e café dos portos brasileiros. Os Srs. Otero, Gomes & Cia. exportam em grande escala os seguintes artigos: farinha de mandioca, polvilho, fumo, sebo, cola, charque, vinho do Rio Grande, crina vegetal, banha, etc., para os portos do Brasil; e para o Uruguai e Argentina, erva-mate. O Sr. Carlos Otero, sócio e gerente da filial de Rio Grande, nasceu em 1879, nesta cidade, onde recebeu a sua primeira educação. Foi depois para a Europa e viajou longamente pelo Velho Mundo, demorando-se mais tempo na França, Itália e Suíça. Voltou a Porto Alegre em 1901, e assumiu a gerência dos negócios da firma na cidade do Rio Grande em 1902. O Sr. Carlos Otero é muito conhecido nas rodas sociais e comerciais da cidade e faz parte da maioria dos clubes locais. A sede da firma é em Porto Alegre, onde tem os seus armazéns à Rua Sete de Setembro, 68, e os escritórios à mesma rua Sete de Setembro, esquina da rua General Câmara. As sucursais ficam: a de Pelotas, à Rua Voluntários, 40 e 42, e a do Rio Grande, à Rua Riachuelo, 8.Bromberg & Cia. A firma Bromberg & Cia. foi estabelecida em Rio Grande pelo Sr. Martin Bromberg, posteriormente à fundação da casa matriz em Porto Alegre. Esta importante casa comercial importa ferragens de toda sorte, óleos, tintas, utensílios domésticos, arames, cimento, ferro bruto, carvão, folha, breu e soda, máquinas para a indústria e para a lavoura, etc. A casa vende máquinas de costura, typewriters (máquinas

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de escrever) acessórios para eletricidade,168Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.querosene, pólvora, munições etc. O sócio gerente da casa é o Sr. Fernando Bromberg. A sucursal que a firma mantém em Pelotas está sob a direção de um gerente nomeado pela casa do Rio Grande. Esta casa importa diretamente da Europa, principalmente da Inglaterra, Alemanha, França e Áustria, por intermédio da casa matriz em Hamburgo, e faz também importação direta dos Estados Unidos. Nos fundos da casa de atacado, há um estabelecimento para a venda a varejo; e em outros pontos da cidade, a Loja Naval, de artigos navais, e a casa Ao Cylindro, especial para a secção de eletricidade, máquinas de costura e de escrever, etc. Na secção de máquinas, tanto em Pelotas como em Rio Grande, há sempre em exposição máquinas de toda sorte. A seção técnica é dirigida por hábeis engenheiros.Joaquim Martins Garcia. Esta firma importadora foi fundada em 1879 pelo Sr. Joaquim Martins Garcia, nascido no Rio Grande em 1852. O Sr. Martins Garcia recebeu a sua educação no Rio Grande e aos 20 anos de idade foi para a Alemanha, onde praticou o comércio durante sete anos na cidade de Hamburgo. Voltando ao Rio Grande em 1899, aí trabalhou, como corretor, pelo espaço de três anos. Começou depois a importar carvão, e hoje é um dos principais importadores no Estado, desse combustível. Teve também importante casa de câmbio, negócio esse que abandonou em 1909 para dedicar toda a sua atividade e atenção ao presente negócio. Importa também a casa artigos navais, ferragens, carvão, etc. O Sr. Joaquim Martins Garcia exerce as funções de cônsul da Holanda, na parte Sul do Estado do Rio Grande do Sul, desde 1885. É devotado amador do esporte e membro dos principais clubes locais. Os seus escritórios ficam à rua Riachuelo, 73, na cidade do Rio Grande.Afonso Faverest. Esta importante firma individual foi fundada em 1905, para exportação, em grande escala, de todos os produtos do Estado do Rio Grande do Sul. A firma Afonso Faverest é agente da fábrica de fósforos Jung, Secco & Cia., da Sociedade de Seguros Porto Alegrense, da Companhia Paulista de Navegação e da Companhia Paulista de Fabricação de Parafusos. O escritório da casa fica à rua Riachuelo, 18.Carl Engelhardt. A firma Carl Engelhardt foi fundada em 1901, para fazer o comércio de exportação. O Sr. Carl Engelhardt nasceu na Alemanha em 1859; aí foi educado, iniciando, muito moço, a sua aprendizagem comercial. Veio para Porto Alegre com 22 anos de idade, e foi sócio da firma Viúva Clauser & Cia durante alguns anos. Começou a negociar por conta própria em 1901. Vive há cerca de 25 anos no Rio Grande, onde tem exercido as funções de cônsul da Áustria-Hungria; é atualmente vice-cônsul da Rússia e agente da Companhia de SegurosBiblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.169de Hamburgo. O Sr. Rudolf Finke, gerente da casa, nasceu em Hamburgo, onde foi educado e praticou o comércio; esteve estabelecido por conta própria de 7 a 8 anos, na Alemanha. Vindo em 1902 para o Rio Grande, entrou para a casa do Sr. Engelhardt. É membro dos principais clubes da cidade.Menditeguy & Cia. Esta firma, cujos escritórios ficam à rua Riachuelo, 63, na cidade do Rio Grande, faz largo negócio de importação de secos e molhados e fazendas da Europa e América do Norte, e exporta, também em grande escala, produtos nacionais. As suas transações são feitas por atacado. O sócio solidário da firma é o Sr. Octaviano Menditeguy, sendo sócios comanditários os Srs. Octavio Pereira da Silva (sócio solidário da firma Silva & Santos, no Estado de Santa Catarina) e Gabriel da Silva Santos (sócio solidário da firma Azevedo & Cia., de Buenos Aires). O Sr. Menditeguy faz também parte da firma Mendes & Guimarães, desde a sua fundação.Rache, Leite & Cia. Esta firma é sucessora da extinta firma Augusto Leivas & Cia, fundada na cidade do Rio Grande em 1867. A casa exporta charque, sebo e outros produtos para os Estados do Brasil e lã para a Europa. Faz um movimento anual de Rs.3.000:000$000 e tem uma sucursal em Jaguarão. A casa do Rio Grande tem 10 empregados. Os atuais sócios da firma são os Srs. Barão J. Leite, nascido em Portugal; P. F. Rache, brasileiro; Jesus Vieira e João Duhá. O Sr. Vieira nasceu em 1880 em Pelotas, onde foi educado e fez o seu tirocínio comercial. Veio para o Rio Grande em 1909 e entrou para a firma em 1910. O Sr. João Duhá nasceu no Rio Grande em 1883, e foi educado e praticou o comércio em São Paulo. Voltou para o Rio Grande em 1899 e entrou para a firma em 1910. A gerência ativa dos negócios da casa está a cargo dos Srs. Vieira e Duhá.Oscar Ritter. Esta firma, estabelecida em 1911 na cidade do Rio Grande, faz importante movimento no comércio de importação e exportação e negocia também como casa de comissões e consignações, com escritórios à Rua Riachuelo, 59. A maior parte das suas mercadorias é importada diretamente da Europa, entretanto faz também considerável importação de açúcar de Pernambuco e de café do Rio de Janeiro. Vende por todo o Estado, para o que mantém dois viajantes. Exporta também para os estados do Norte do Brasil grande quantidade de produtos do estado do Rio Grande do Sul. O Sr. Ritter é natural deste estado. Antes de fundar esta casa, fora, durante seis anos, sócio do Sr. Menditeguy.Drogaria Franco Brasileira. O Sr. Antonio Carlos Lopes, proprietário desta importante drogaria e farmácia, nasceu e foi educado no estado do Rio Grande, onde se formou em Farmácia. Possui o170Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.Sr. Lopes várias medalhas de bronze e prata obtidas na Exposição de São Luiz, pelos seus produtos que foram também premiados na Exposição do Estado do Rio Grande do Sul. Importa em larga escala toda sorte de drogas, não só para a manufatura dos seus produtos, como também para a venda a retalho em sua farmácia, onde tem também um grande stock de utensílios e acessórios cirúrgicos importados da Europa. O Sr. Lopes tem no mercado vários preparados farmacêuticos de sua manufatura, e também fabrica tintas para escrever e outras. A firma negocia para os principais centros do país, onde mantém correspondentes. O Sr. A. F. Rodrigues, sócio do Sr. Lopes, é escritor muito conhecido no Estado e membro da Academia Rio Grandense de Letras; entre várias publicações suas, contam-se o Almanack do Estado do Rio Grande do Sul, de real valor comercial e profissional. O Sr. Rodrigues foi professor de Matemática. Durante algum tempo foi gerente da firma editora Pintos & Cia., também estabelecida com livraria. O Sr. Rodrigues, nascido e educado no Rio Grande do Sul, faz parte de várias e importantes empresas literárias e editoras do Estado.Álvaro de Castro e Silva. A casa comercial de Álvaro de Castro e Silva foi fundada na cidade do Rio Grande em 1903. Consiste o negócio desta casa na importação de ferragens, maquinismo, quinquilharia, cutelaria, artigos para embarcações, tintas, óleos, vernizes, etc. A firma faz também toda sorte de contratos. Fornece a vários departamentos do Governo e faz largo negócio em artigos navais, encarregando-se também do serviço de carga, de consertos em navios, etc. A casa vende, não só no estado do Rio Grande do Sul, como também em outros pontos do Brasil; o seu movimento anual vai a Rs.300:000$000. O Sr. Álvaro de Castro e

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Silva, nasceu em 1875, no estado do Rio Grande do Sul, onde recebeu as primeiras luzes de sua educação, que depois foi completar na Europa. Praticou o comércio no Rio Grande e estabeleceu-se por conta própria em 1903. O Sr. Silva é grande amador de esporte e jogos atléticos e faz parte dos principais clubes sociais e esportivos da cidade.Georg Wachtel & Cia. A importante casa de Georg Wachtel & Cia. foi fundada em 1897 sob a firma de Paul Stooss & Cia., depois Stooss Wachtel & Cia. Com a retirada do Sr. Stooss em 1906, ficou a firma com a denominação presente. Esta firma é agente geral no Estado do Rio Grande do Sul do serviço combinado geral da Hamburg Sudamerikanische Dampfschiffehrts Gesellschaft e Hamburg Amerika Linie, Sudamerika Dienst, companhias estas que são sócias comanditárias da firma. Mantêm elas um serviço semanal de Hamburgo, com escalas em Antuérpia, Havre, Lisboa, Porto e diferentes portos
Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.171brasileiros, até Rio Grande, onde a carga dirigida a Pelotas e Porto Alegre representa mais ou menos 2/3 do total. A firma transporta a carga em seus próprios saveiros, que são rebocados através do lago por rebocadores, que também lhe pertencem, até Pelotas, Porto Alegre ou mais acima. As barcas, saveiros e rebocadores da firma navegam com a bandeira brasileira nos portos do Norte do Brasil, a saber: Pará, Ceará e Maranhão; e nos do Sul da República, a saber: Paranaguá, São Francisco, Florianópolis e Rio Grande do Sul, sendo todos eles registrados com a mesma firma. As linhas hamburguesas têm também outra linha de Nova York, fazendo viagens mensais diretamente ao Rio Grande, com escalas em vários portos brasileiros. Quando a carga é muita, fretam essas companhias vapores para fazer viagens extraordinárias, a fim de transportar a carga a que o serviço regular não pode dar escoamento. As importações anuais da Europa e dos Estados Unidos sobem a cerca de 120.000 e 30.000 toneladas, respectivamente, só para o estado do Rio Grande do Sul e a maior parte para Porto Alegre. O comércio de exportação consiste em produtos do Estado, a saber: gado, crinas, couros secos e salgados, ossos, crina, chifres, lãs e outros produtos derivados do gado, para os quais Hamburgo e outros portos europeus são os principais mercados. Para Nova York vão algumas garras, cabelo, lã e couros secos. A Companhia, para todo esse movimento de importação e exportação do porto do Rio Grande, dispõe de mais de 40 saveiros, com tonelagem entre 60 e 550 toneladas, pesando uma totalidade de 8.000 a 9.000 toneladas e com capacidade para 13.000, assim como também poderosos rebocadores para o serviço de reboque e salvamentos na costa, na proximidade da barra do Rio Grande. Possui também a firma grandes lanchas a gasolina e uma cábrea a vapor, flutuante, que trabalha em Porto Alegre. O Sr. Georg Wachtel nasceu em Berlim em 1868; aí foi educado e frequentou durante três anos a Universidade. Veio para o Rio Grande em 1889, entrando para a casa comercial da Viúva Clausser & Cia., onde esteve empregado durante 10 anos, tendo nos últimos anos procuração da casa. Em 1900, foi nomeado agente da Companhia de Navegação Alemã A. C. de Freitas & Cia., lugar que ocupou durante seis meses, até que esta companhia foi comprada pela H.A.L. Com o acordo posterior da H.A.L. e da H.S.D.G., ficou, de sociedade com o Sr. Paul Stooss, representando estas companhias no Rio Grande. Faz parte, como conselheiro, da Câmara Municipal e é sócio da Associação Comercial e de vários clubes e instituições beneficentes.Campos Assumção. Esta firma individual, fundada pelo Sr. Antonio Campos Assumção, foi estabelecida em 1889 no Rio Grande com armazém de molhados por atacado e escritórios à Rua Riachuelo,172Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.54, e negócio de madeiras, também por atacado, à Rua Raichuelo, 1 e 4. A casa importa vinhos e licores de Portugal, açúcar de Pernambuco e outros produtos nacionais de diversos estados; cimento, folhas de zinco e madeiras para construção, de vários países da Europa. O seu principal negócio consiste, porém, no transporte de madeira de conta própria, em três palhabotes de sua propriedade, do interior do Estado para o Rio Grande, onde tem depósitos, à margem do rio. Exporta também a casa madeiras para diversos estados do Brasil, República Oriental e Argentina. O Sr. Campos Assumção nasceu em 1866 em Portugal. Veio para o Rio Grande com 12 anos de idade, e aí praticou o comércio, como empregado em diversas firmas, até que, como já foi dito, se estabeleceu por conta própria em 1889. O Sr. Assumção é membro dos principais clubes locais e tesoureiro da Sociedade Portuguesa de Beneficência.Tollens & Costa. Esta firma, uma das mais importantes na cidade do Rio Grande, foi fundada em 1911, pelos atuais sócios Srs. Alexandre Tollens Júnior e Octávio Costa. Os Srs. Tollens e Costa são grandes importadores de ferragens, metais, artigos de montaria, artigos de reclame, cartão, máquinas etc., que recebem de toda a Europa e da América do Norte, mas especialmente da Alemanha. Dispõe a firma de vastos armazéns e depósitos, e vende por atacado e a varejo por todo o interior do Estado.J. Gianuca. Esta firma individual tem o seu estabelecimento na cidade do Rio Grande à Rua General Netto, 2. Foi fundada em 1900 pelo seu atual proprietário e se ocupa da exportação de produtos do Estado que envia para todos os outros estados do Brasil onde tem agentes. O seu movimento anual vai a Rs.3.000:000$000. A firma está estabelecida num prédio próprio, avaliado em Rs.25:000$000, e possui quatro lanchas para o transporte de cargas, avaliadas em Rs.45:000$000. O Sr. J. Gianuca é proprietário de várias casas, avaliadas em Rs.80:000$000. É membro da Junta Comercial e da Praça do Comércio e Presidente da Sociedade Protetora das Famílias.Eduardo J. Wigg & Cia. Esta firma, fundada na cidade do Rio Grande em 1911, é agente de várias companhias de navegação, entre outras a Lamport & Holt, a Prince Line e a Sud-Atlantica, empresa argentina, que faz o comércio do transporte de trigo, farinha, mate, etc. A firma é também agente de outros navios, que trazem carvão para a companhia de estrada de ferro, de cujo material flutuante e serviço de carga e descarga ela própria tem a gerência. A firma tenciona desenvolver o seu negócio ocupando-se também do comércio de importação e exportação. O Sr. Eduardo Wigg tem como sócios os seus três filhos. O Sr. Wigg nasceu a 29 de julho de 1851 no Rio Grande e foiBiblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.173educado em Winchester, Inglaterra. Voltando ao Rio Grande, com idade de 21 anos, entrou para a casa de seu pai, negociante estabelecido nesta cidade, e, por morte dele, de sociedade com seu cunhado, negociou pelo espaço de 25 anos em Rio Grande. Foi tamb m durante 11 anos sócio da firma brasileira José da Silva Fresteiro & Cia., da qual se desligou ultimamente, fundando então a sua presente firma individual. Antes de voltar ao Brasil adquirira o Sr. Eduardo Wigg a sua prática comercial numa casa londrina importadora de artigos da Índia, China, Ceilão, etc. Foi nomeado vice-cônsul da Inglaterra em 1909, funções essas que já exercia desde 1901. Foi também agente do Lloyd em Porto

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Alegre e faz parte de vários clubes da cidade.A IDENTIDADEConstamos que os produtos importados apresentavam muito maior diversificação do que os exportados através do Porto do Rio Grande. Entre os importados: fazendas, cimento, arames, secos e molhados, açúcar, arroz, sal, café, farinhas, querosene, gasolina, carvão, ferragens, tintas, máquinas para trabalhar o ferro, máquinas para lavoura, máquinas de costura, máquinas de escrever, óleos lubrificantes, terebintina, papel, folhas de flandres, vermute, vinhos, chapas galvanizadas, soda c ustica, carvão, cutelaria, artigos para embarcações, etc. As exportações em sua maioria eram constituídas por produtos não industriais, ligados à pecuária e à agricultura: charque, couro, crinas, chifres, sebo, ossos, peles, lã, tabaco, fumo, farinha de mandioca, polvilho, vinho do Rio Grande, etc. Em cinco casos a casa comercial localizava-se na Rua Riachuelo, que, desde seu surgimento na década de 1820, tornou-se o maior centro comercial da cidade e, por vezes, do Rio Grande do Sul. A localização estratégica junto ao Porto Velho explica essa condição. Vários empresários nasceram na cidade do Rio Grande mas foram educados na Alemanha, Inglaterra, Portugal, etc., onde aprenderam a arte do comércio. Os portos de maior referência nas negociações são Hamburgo, Nova Iorque, Lisboa, Porto, Buenos Aires, Montevidéu, Boston, Amsterdam e Antuérpia. Algumas dessas empresas também destinavam os produtos rio-grandenses a portos brasileiros e recebiam, em especial, o a úcar de Pernambuco e o café do Rio de Janeiro. Os países mais citados para compra de produtos foi a Alemanha, os Estados Unidos e a Inglaterra. Num período de acentuado nacionalismo, fazer parte do segmento diplomático era uma grande honra e uma vinculação com os seus países de origem. Esses empresários aparecem com cargos de cônsul e vice-cônsul: cônsul da Holanda, cônsul da Alemanha, vice-cônsul da Inglaterra, vice-174Biblos, Rio Grande, 1 (1): 163-175, 2010.cônsul da Áustria-Hungria, vice-cônsul de Portugal. Tal cenário de nacionalismo pode ser observado naquele período no Balneário Cassino, pois, na Avenida Rio Grande, parte dos moradores colocavam bandeiras de seus países de origem na frente de suas casas.O perfil para fazer parte da sociedade burguesa local era o de ser empresário ou capitalista e fazer parte de clubes e sociedades. É o caso da participação na Sociedade Beneficência, na Santa Casa, na Sociedade Protetora das Famílias ou no Clube Germânia. Essa inserção na sociabilidade local ampliava o prestígio advindo da riqueza obtida nas atividades comerciais ou industriais.Por fim, a identidade de classe buscava ser expressa no campo da homogeneidade das sociabilidades públicas. Afirmação disso está em relacionar o empresário a um “grande amador de esportes e jogos atléticos e fazer parte dos principais clubes sociais e esportivos da cidade”.

De Ia province de Rio Grande do Sul.Si vous pouvez jeter un coup-d'oeil, sur une carte de FAmérique du Sud, vous y verrez que Ia province de Sao-Pedro, Ia plus mérjdionale de tout le vaste Empire du Brésil^ a une excéllente position géographiquè; elle git entre le 28° et le 34°degré de latitude. Son extrémité sud est déjà assez tempérée, pour ne pas permettre aux orangers d'y venir en pleine terre, comme c'est le cas dans d'autres parties de Ia province.Son principal port de mer, est celui de Rio Grande situe á Fembouchure d'une large rivière. L'aspect de eette villè fort importante et animée par un grand com- merce, ne laisse pas que d'être un peu triste, car elle est bâtie sur des sables^ et les riyages circonvoisins en sont recouverts. Cela ne réjouit guère le cceur du voyageur fatigué de Ia vue des ondes et impatient de retrouver Ia terre et sa belle verdure. Mais il en est,, de ce premier coup-doeil si désavantageux, comme d'un— 11 —fruit, dont 1'écorce rude et raboteuse, recouvre cependant une amande délicieuse. Bientôt si vous vous dirigez du côté de Ia rivière de Sap Gonzalvo, ou que vous re- montiez un lac d'eau salée de quarante lieues de long, pour vous rendre à Porto-Alègre, bientòt, disons-nous, cette nature va changer et présentera Faspect le plus enchanteur et le plus pittoresque.En effet, cette province traversée par de magnifiqües courans d^au,"presente une fertilité extreme sur lá gé- néralité de ses points. La partie montagneuse est pres-que en toíalité couverte de magnifiqües forêts vierges, dans lesquelles se font ordinairement les défrichemens et établissemens côloniaux, le reste de Ia province con- siste en plateaux ou immenses plaines à perte de vue, présentant les ondulations de 1'Océan et coupées de distance en distance par des bouquets de bois, quon designe dans le pays, sous le nom de Capoès.Sur ces vastes prairies naturelles s'élèvent d'innom- brables troupeaux de boeufs et de chevaux, presqu' à Fétat sauvage; ils constituent Ia principale richesse de Ia province. Nos lecteurs pourront se faire une idée très-juste de Ia douceur du climat, en apprenant que ces animaux vivent continuellement en plein air, et doivent passer fhiver aux champs, sans autre abri que les bois quand il sen troüve sur Ia propriété. Ils obéissent tous les huii ou quinze jours, à une espèce de revue, appelée rodeio, oú ils se rendent à Ia voix de leurs coüducteurs, afin dy ètre pansés de blessurés qui, sans cette précaution, surtout en été, se couvriraient d'ascarides. et mafqués ou châtrés, suivant lã saison. La marque se fait au haut de ia cuisse, au moyen d'un fer rouge, afin que chaque propriétaire, puisse recon- naítre les siens. Sans cette précaution, il y aurait une— 12 —confusion, qui amenerait des pertes et des quereUes, lorsque les animaux qui tendent toujours à se rapprocher des courans d'eau et des meilleurs pâturages passeraient chez les voisins, les champs n'étant généralemeat pas separes les uns .des autres. '"'^Ce bétail ne sert qu'à Ia multiplication, et éhaque année le propriétaire en choisjt une certaine quahtité qu'il vend, et qu'on abat dans les établissemens appelés charqueadas. L à , se salent et se sèchent au soleil les viandes qui sexpédient ensuite dans les provinces du Nord, moins riches en bestiaux. Quant aux peaux, salées ou simplemeat séehées, elles sexportent pour 1'Europe et les Etats-Unis^ ce qui donne lieu à un commerce d'outre-mer, très-actif. .D'autres poinís de Ia province, sont entièrement agricoles, et les résultats qu'ils présentent, proportionel- lement aux territõíres occupés, sont 6upéríeurs à ceux oú s'élévent seulement des bestiaux; cest une consé-quence du reste tout-à-fait naturelle, et qui s'est repré- sentée identiquement Ia même dans tous les pays.II ne faut pas croire qu'une très-grande production agricole et Ia multiplicité des colonies,- en amenant sur les marches une abondance bien supérieure à Ia con- sommation, feraierit descendre les prix à des taux assezróduits, pour que le eultivateur, ne retire que peu .d'avantages de ses réeoltee. L'exportation des denréee du Rio Grande, (nous ne parlons pas d e l a viande séehée) n'a réellement commencé que depuis peu d'an- nées, mais elle §'accrolt périodiquement, et nous sommesperguadés que cette contrée est destínée, pour le futur à devenir le grenier du Brésil.La raison en est naturelle, elle est avec Sainte Câ- therine, Ia seule province ne produisant pas, ce qtfon13est cúnvenu d'appeler denrées coloniales. Les haricots, le mais, Ia farine de manioc, les pomanes de terre, le blé, les pois etc, forment

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ses.principales récoltes.La douceur de son climat, en invitant lee Européens à s'y íixer, leur assure pour 1'avenir süffisamment de bras, ce qui ne pourra de long-teínps être le cas dans les provinces du Nord, que Ia suppression de Ia traite a affectées plus directement. Les grands propriétaires de ces parties du Brésil, se verrottt forces de se limiter aux cultures des Cafés, sucres, cotons, tabacs, dont le produát est plus élevé, achetant les denrées provenant du Rio Grande, indispensables à leur subsistanCe, et à eelle de leurs gens. Cette demande continuelle sur nos marches, ne percnetira jamais aux principaux produits, d'être réduits à des prix très-has, ce qui aurait évidem- ment üeu, si toutes les récoltes devaient se consommer dans le pays.Nous verrons du reste dans d'aulres Chapitres, que 1'émigrant européen, ne doit point borner ses cultures, à celles de Ia farine de Manioc, des pommes de terre,du mais et des haricots; mais qu'il est bon nombre d'autres productions, dont les résultats seront certaine- ment eupérieurs à ceux obtenus par les plantations actuelles et soumis à moins d'alternatives. Bien que Ia variété des territoires et Fétendúe de Ia province, offrent une série de climats divers, oú presque toutes les cul- tures peuvent prospérer, il en est cependant qui doivent avoir une préférence marquée, il faut par conséquentplus spécialement s y attacher. L'étendue de Ia province, peut approximativementse caluler à 8204 lieues carrées. Les différentes chaines de montagnes, qui Ia traversent, ne sont que des rami- fications des Andes. Elles donnent naissance à plusieurs— 14 —belles. rivières. Nous ne citerons ici que les principales,» ce sont: Le Camaquan et le Guaüba. - Ce dernieí' est forme par le Jacuty, (qui lui-même reçoit plusieurs af- fluens, parmi lesquels le Vaceacahy, le Rio-Pardo et le Taquary sont les plus considérahles) le Cahy, le Rio dos Sinos; et le Gravatahy. L'Ibicuy et le Guarahim,' qui déversent leurs eaux dans •FUruguay; magnifique fleuve, formant une partie de notre frontière occidentale, et une foule innombrable de petites rivières et de tor- rem qu'il serait à peu-près impossiWe de citer, contên- tons-nous de designer Icabacuan, Ijuhy, Butuhy, et les deux Piratinim etc. En outre du lac dos Patos (des Canards)dejà nominé, qui relie le port de Rio-Grande avec celui de Porto-Alegre, on en trouvé un autre plus au sud, appelé lacMerim, communiquant avec le premier par un canal naturel, qui est le Sao-Gonzalvo aügmentépar le Piratinim. Cest dans ce lac que le Jagüarao, déverse ses eaux. Ajoutez à cela iprès de 120 lieues de cotes sur FOcéan atlantique.*) 'Indiquons en passant les villes principales; on com. prendra, que nous ne pouvons guère nous étendre en détails purement géographiques. Ce sont: Porto-Alègre^ capitale de Ia Province, siège du gouvernement provin- cial et des principales administrations. Son admirable position- à Femboucíiure de cinq rivières, lui apportant tous les produits de Fintérieur, et à Fextrémité du lac dos Patos qui communique avec FOcion et Rio-Grande*) II existe au Nord de Ia Province, une série de lacs dont Ia majeure partie, se relient entr'eux par des canaux naturels qu'il faudra creuser pour donner Ueu à une navigation ia' térieure, qui serait três - importante; pour cette partie du pays.**) La province a aussi un évêque depuis, 1854.— 15 -—en fera avec le temps une des prenderes et des plus belles villes de FAmérique du Sud, elle compte aujourd'hui de 22 à 24000 habitans. Rio-Grande, Ia ville de commerce par excellence, parfaitement située pour Fembarquement des nombreux produits qu'exporte Ia province. Pelotas et Jaguara, oú se trouvent les principaux établissemens destinées à la*préparation et salaison des viandes. Riò- Pardo, Cáxoeira et Sao-Gabriel, villes dentrepôt, par lesquelles passent toutes les marchaedises pour l'intérieur de Ia province et les produits qui en arrivent. Sao-Borja, Itaquy, Uruguayana, Alegrette, Sta. Anna et Bagé, villes sur les frontières, três-importantes par le grand* com- merce qu'elles font avec les Etats voisins. Enfin dans Fintérieur, ©assapava, un des points-les plus élevés de Ia province, as Lavras, riche en minéraux précieux, Encru- zilhada Piratinim etc. etc.Quant aux Colonies, nous leur consacrerons plus tard un chapítre spécial.Du caractère des habitans du Rio-Grande.Le caractère du Rio-Grandênos est comme celui des autres Brésiliens affable et gènéreux pour Fétranger. Nulle parti! nest plus facile de seíormer des amis et de trouver protection au besoin, dès qu'on sait s'y prendrè ef qu'on n'a pas soi-méme un caractère peu sociable, óú des' prétentions exagérées. Gènéralèment fiers et indé- pendans, Fhabitude de vivre exposés aux intempéries du temps, le travai! avec les troupeaux sauvages,' travaildangereux, demandant du courage et^, de Tadresse, 1'usàge continuei dü cheval^ prédíspose les habitans de cette province aux goúts belliqueux, fortifiés encore par Ia ch-constance* d'être un pays frontiére." On nesaurait se faire une idée en Europe des privations que peut supporter une armée brésüieniíe en campaghe, èt comhien de fois, lá seule cigarette a été le soutien dé toute lajournéé*) Mais sans fáire .meníion des témps de guerré, on pèut voir journellèniént dans lés esfan-*) Voyez du reste, à cet égard, ce que dit le celebre" Garibaldi dans ses mémoires au sUjét de Ia provence de Saó Pedro de Rio Grande-de-Sul.— 23 —cias, c'est-à-dire les grandes propriétés oú s^lève le bé- tail, les péons, ou domestiques généralement accom- pagnés du fils ou des parens du maitre. de Ia maison, monter à cheval à deux ou trois heures du matín, après avoir pris un simple matté (t-hé du Paraguay, dont.nous donnons plus bas Ia descriptiõn) et y rester dix ou douze heures, sans autre- rafraichissement qu'un peu deau, si Fon en trouvé qui soit potable. Pendant tout ce temps, ils seront occupés avec le laço à "soigner les bes- tiaux, les eonduire ou rodeio, les marquei*, les châtrer, panser les blessures qu^ls se seront faltes occasionelle- ment, ou enfin les séparer penar former les troupeaux(tropas) destines aux Charquéadas. En voyage, ils paraissení infatigables. Lorsque Ianuit arrive, le voyageur étend les tapis de sa selle au- dessous d'un arbre, s'il s'en trouvé, dans les environs, allume du feu et mange quelques modestes provisions, s'il a eu Ia précaution de sen prémunir, sans cela, et ce cas se presente bien fréquemment, il passe Ia nuit sans réfection ét n e n est pas moins dispôs pour continuerle lendemain sa route. L'hoapita_té brésihenne est proverbiale, et s'exerce1 RIN MH:I48897.

PAULO FREDERICO AUGUSTO BAETHGEN a épousé FANNY ROUX15805, à environ 25 ans, le 16 octobre 1856 à Pelotas, RGS. Ils ont eu neuf enfants :

EDMUNDO AUGUSTO HENRIQUE BAETHGEN ROUX11408 né en 1862 ERNESTO AGENOR LUIS BAETHGEN ROUX11409 né en 1867
Amelia Carolina Eleonor BAETHGEN
11410 née en 1870
AUGUSTA BAETHGEN ROUX
11411

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Relations directes

EDUARDO BAETHGEN ROUX11412AMELIA BAETHGEN ROUX11414
Juan Bautista BAETHGEN ROUX11415Carolina Eleonor BAETHGEN ROUX11417Fanny BAETHGEN ROUX11418

 

 

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Commentaires
Le charqueador et le bagnard.
  • Plus aucune trace de lui... Pas même une pierre tombale. Deux frères nommés Jean-Baptiste : l'un mon aïeul, vice-consul de France au Brésil ; l'autre, bagnard condamné, en 1829, aux travaux forcés à perpétuité, pour crime contre la religion de l'Etat.
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